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A mistura entre ser eu e a outra.
A mistura entre ser eu e a outra.
Você imagina quem sou??? Na visão de alguém, sou assim.
....Algo que sempre me intrigava nela era sua aura de mistério, principalmente com seu passado...apesar de jovem, parecia ter um passado “frutífero”, com aventuras, aproveitando bem os bons momentos da vida. Muito segura se si, muito certa do que queria, falava do seu relacionamento com desenvoltura, mostrando que um companheiro em sua vida era algo agradável, mas não imprescindível, que tinham vidas próprias, nada de “metade da laranja”, sim eles eram apaixonados, mas não dependentes um do outro, e isso vindo da mulher era, no mínimo, inusitado.
Ah, a Penelope, essa não. Essa é outra mulher, é outro ser, muito mais performático, muito mais misterioso, mas que quando se revela, é doce e amargo ao mesmo tempo, desafiando o quanto apurado é seu paladar, ao ponto de sentir todas as nuances do seu sabor. Essa não tem limites, não tem pecados que a atingem, vivendo numa esfera diferente dessa mesquinha que vivemos, presos a dogmas, a tradições dos que se dizem aptos a julgar o sagrado e o profano dentro da balança que eles convencionam ser a correta, acorrentando-nos a culpas e neuras das quais ela está livre, solta e louca, tão louca que se chama a si própria de psicopata, mas não no sentido de má, e sim de diferente, se comparada aos padrões impostos pela sociedade tacanha que nos obriga a viver da sua forma.
Ah Penelope, ela é tão forte, tão dona de si, que seu nome real, sua pessoa real tem de aprisioná-la dentro de si, tem de acorrentá-la, para que ela não a domine e, sobrepujando-a, se mostre inteira, se mostre nua, nua e linda como uma divindade banhada pelo luar. Porque se assim ela se mostrar, ela, dominadora e pujante como é, vai ganhar a simpatia dos fortes como ela, mas pode ganhar o ciúme e o desprezo dos fracos que se acomodam à mesmice de suas vidas, tais quais animais irracionais que não tem o poder de sedução da Penelópe....
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